estava assim ankara meio sorocaba meio araraquara perdido entre a turquia stella guanabara mário tinha febre quando inventou macunaíma numa semana não santa também tenho febre na garganta e me espanta o adiantado da hora
Artur Gomes
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ainda que fosse só saudade ou essa jura secreta não fosse mais nada mesmo assim nessa madrugada pensei o quanto ainda queria e não fizemos a poesia ficou inacabada esperando outras palavras dentro do quarto antes que o sol pudesse romper a virgindade de portas e janelas para um novo dia
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
Poesia Alquimia Bruxaria
Artur Gomes e sua gang baudelérica
em breve primeira versão em e-book
ainda não disse que te amo mas não se assuste o beijo está guardado debaixo dos tecidos que cobrem o esqueleto à flor da pele na carne onde a palavra mora e a lavra aplaca qualquer ferida deixada por alguém que já foi embora
muitas coisas muitas vezes tão distantes me parecem tão presentes que o ausente evapora como éter eternamente simplesmente o rio escorrega por entre pedras e seixos e a vida segue o curso da corrente numa boa a pedra que rola sob o leito d´água muitas vezes voa
cidade veracidade
campos 189
transverso atravesso esta cidade
que me atravessa em seu silêncio
ouço o gemido dos teus ecos
por ruas avenidas e vielas
sinto saudade dos terreiros de jongo
nas favelas e as lavadeiras
das pinturas aquarelas
em teus aceiros fiz meus trilhos
em cada trilha dos meus traços
no encontro ao ururau no cais da lapa
teu por do sol pode ser beijo
ou também tapa
quando olho a catedral e seu contorno
seres famintos alimentando o desalento
me solto ao vento quando penso o infinito
beijo teu rio
o paraíba que me leva
em teu lamento
me concentro em minha reza
Artur Gomes
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NATUREZA MORTA
A aranha tece a vida
e espera a mosca
Como a raiz se enterra
e aguarda a árvore e os frutos
Só eu não espero
nem a mosca nem os frutos
Só eu teço o nada
ÓVULO II
a cada poema
que se faz
adia-se a morte
até a manhã
de um novo
poema
Tanussi Cardoso
em Bento Gonçalves Rio Grande do Sul de 1996 a 2016 era realizado o Congresso Brasileiro de Poesia, onde todos os cantos e recantos da cidade por uma semana eram vestidos de poesia, praças, ruas, hospitais, manicômio e principalmente as Escolas.
poema atávico
e se a gente se amasse uma vez só a tarde ainda arde primavera tanta nesse outubro quanto de manhãs tão cinzas nesse momento em Bento Gonçalves Mauri Menegotto termina de lapidar mais uma pedra tem seus olhos no brilho da escultura confesso tenho andado meio triste na geografia da distância esse poema atávico tem a cor da tua pele a carne sob os lençóis onde meus dedos ainda não nasceram algum deus anda me pregando peças num lance de dados mallarmaicos comovido ainda te procuro em palavras aramaicas e a pele dos meus olhos anda perdida em teu vestido
Artur Gomes
Diretor do Departamento Audiovisual
Do Proyecto Cultural Sur Brasil
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 – zap
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poema a(r)mado
todo os dias
capino a esperança
escavando outras palavras
no chão desse quintal
e quando escrevo
com enxada
o poema é mais real
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A9r)mada
2ª Edição – Desconcertos Editora – 2022 – Prêmio Oswald de Andrade- UBE-Rio – 2020
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cacomanga
na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A9r)mada
2ª Edição – Desconcertos Editora – 2022 – Prêmio Oswald de Andrade- UBE-Rio – 2020
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Afrodite
para a nova Pimenta do Reino
eu falo eu fauno eu fumo
na espuma dos mares
de Zeus ou Vulcano
nos cornos do americano
na pele clara da gema
nas brumas de Ipanema
ou nas Dunas do Barato
na era Atenas me disse
pra Hera nunca dissemos
em grego a deusa do amor
em romano mamilo de Vênus
também a irmã de Helena
que a um outro rei Prometeu
provocando a ira em Menelau
quando soube que Páris sou Eu
Dioniso das festas de Baco
do vinho dos ritos das juras
Afrodite em mim criatura
Bacante que o cosmo me deu
a puta da ilha de Creta
mulher quando o vinho é na cama
a que sabe beber do que ama
sem pensar no que Cronos secreta
Artur Gomes
Poema do livro
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penaçux – 2020
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poema das invenções
fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito
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