federika com seus mistérios
molha meu cio em silêncio
:
Ou na desordem do Dia
corisco risca a faca na pedra
mas federika não medra
desafia o dito cujo
a ser maior que a morte
escrever poema sujo
e ser melhor do que fedra
na amarelinha da sorte
quando desgarrou da tribo dos goytazes
e foi parar em Itabuna
o corpo mais leve que pluma
em pleno ar levitava
quebrou a faca do corisco
enquanto nos ares voava
cansada da preguiça baiana
picou a mula pra recife
praia da boa viagem
com gana de vida feroz
se dentro da noite é veloz
no olho do dia é voragem
em plena vertigem do dia
com seus cardápios de arte
enfeitiçou pernambucos
grafites por toda parte
por bares e restaurantes
estampados em seus guardanapos
com grande voracidade
eleita musa da praia
descobriu cedo na tarde
que tudo que arde cura
o que aperta segura
na preamar quando agita
se é amor geme e grita
mesmo não sendo loucura
relembro que anos passados
antes dos dezessete
ela se misturou ao campistês
nos corredores do cefet
teve aula de português
com o poeta da quadrilha
que levava um boi pintadinho
nas fulinaimargens da trilha
federika amava federico
que amava boudelaire
que amava euGênio mallarmè
que amava lady gumes
que amava pastor de andrade
que amava serAfim
que amava rúbia querubim
dos cabelos negros como corvo
que foi morar em iriri
depois do amor o estorvo
em recife montou seu reinado
e alimentou a matilha
de boêmios embriagados
em noites de salsaparilhas
com frevo maluco rasgado
pensando sonhar morar em sevilha
hoje nesse recife distante
rio que nos separa
como palavra cilada
como poema armadilha
mas nunca contou para a filha
tudo o que ainda guardo em segredo
mas já cantou paro o mar
e pras algas sal/gadas da ilha
Artur Gomes
In Drummundana Itabirina
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https://fulinaimargem.blogspot.com/
hoje é domingo
de Hera me vingo
com minha sarcástica ironia
fisto-me de Dionísio
nessa festa pras Bacantes
me consagro teu amante
pelos vinhedos de Baco
no ápice sagrado
da su-real pornofonia
3 dentadas no pão e a faca suja de manteiga entreguei-me ao desejo de olhar o corpo do poema nu ainda virgem deitado sobre a grama no quintal do casario no cafezal rolava um blues vestido de algodão branca flor entre as sílabas tônicas e a fonética das cores entre o vão das coxas brancas de alfazema sopravam ventos de alecrim
poema atávico
algum deus
Projeto Arte Cultura
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